CulturaNEW LINE

José Saramago, e a sua oficina

Para comemorar o centenário de José Saramago, a Biblioteca Nacional de Portugal abre as suas portas para uma exposição do escritor português, galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.

Há cem anos nascia um dos escritores que marcou a literatura portuguesa. José Saramago é, muito provavelmente, um dos escritores portugueses mais complexos. Ler a sua obra é quase como mergulhar numa mente, percorrer labirintos de palavras e, acima de tudo, perceber o compromisso social do escritor, onde a sua escrita reflete a sua crítica social e religiosa, através dos retratos da sociedade portuguesa. 

Dono de uma escrita particular, audaz nos seus temas literários, frases sem pontos finais, ou sem qualquer vírgula. Inventor de factos, perfeito a unir o conhecimento do presente com o passado. Escritor popular e erudito. Sim, pode ser, um desafio ler José Saramago. São várias as suas obras intemporais, não havendo o tempo ideal para o ler, senão agora. 

E como disse Camões, na sua obra Os Lusíadas “E aqueles que por obras valerosas; Se vão da lei da morte libertando”, Saramago é, e (sempre será) o único Prémio Nobel da Língua Portuguesa. 

© Fundação José Saramago

A sua peculiaridade rendeu-lhe o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, o segundo Prémio Nobel de Portugal. 

Para comemorar o centenário de José Saramago, a Biblioteca Nacional oferece a todos os que querem conhecer mais sobre o escritor, uma exposição bibliográfica e documental que observa e celebra o rumo de escrita deste escritor tão especial, que através da sua herança deixada, situa-o entre os principais nomes da literatura mundial. 

A Oficina de Saramago, nome dado à exposição, tem como princípio de que um grande escritor não vem do nada. A partir do momento em que abrimos um livro, independentemente, do seu género abrimos um árduo trabalho de quem lê, relê, pesquisa, escreve e rescreve. É através deste trabalho, que a exposição procura dar ênfase, dando a oportunidade de se ver e sentir de perto os bastidores do que foi Saramago.  

Ao longo da exposição, faz-se o percurso por entre os testemunhos materiais expressivos do trabalho do escritor português. Alguns deles são mostrados pela primeira vez. 

Os materiais expostos estão organizados sob três grandes alicerces, que dão a conhecer as diversas bibliotecas que sustentavam o mundo escritural de José Saramago: aquela que antecede ou que alimenta a obra (alicerce «A oficina e a invenção do escritor»), a da obra em si (segundo alicerce) e aquela que se lhe seguiu (alicerce «A receção e a consagração»).  

Honrando a memória de Saramago que defendia e reconhecia, enfim, o valor de abrir as portas da oficina da escrita, é inaugurada sua exposição a 6 de junho na Biblioteca Nacional de Portugal, e decorre até 8 de outubro de 2022, com entrada livre.   

A exposição, conta com a curadoria dos investigadores Carlos Reis e Sara Grünhagen, e com a pesquisa de arquivo de Fátima Lopes, da Biblioteca Nacional de Portugal. 

Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não, José Saramago

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *