

Até 5 de dezembro, a companhia Cia Dona Persona apresenta no Teatro Bocage, “A idade que vem”: uma ode ao reconhecimento e resgate dos saberes dos idoso. Sábado às 20h e domingo às 17h, e o bilhete custa 8 euros.
Uma retroespetiva sobre amor, tempo e sonhos
Uma fotografia cai de um antigo disco e, ao ser encontrada no chão, transforma o presente e traz consigo os mesmos aromas, sabores e sentimentos retratados. A mulher na fotografia vive hoje num lar de idosos, tendo como companhia a lembrança do marido e da vida que tiveram juntos. “A idade que vem” é, por isso, um regresso aos sentidos e sentimentos de um casal. Sem diálogos, o espetáculo produzido pela Cia. Dona Persona, e que se divide em oito momentos, é um recorte íntimo deste casamento, através da linguagem universal do teatro. Segundo o encenador Pedro Vicente, esta peça, “explora o Teatro Físico, Formas Animadas e Máscaras como linguagens da memória. E o corpo é um grande contador de histórias”.
O casal, encenado por Amanda Salvatori e Danilo Bethon – autor da ideia original -, guia-nos por uma vida partilhada, da velhice à infância, cujo fio condutor ” é a memória”, revela Bethon. No desenrolar de cada memória, os corpos dos atores e a cenografia transformam-se diante dos olhos da plateia, numa linha do tempo que perpassa várias décadas – “Esta retrospetiva desperta os sentimentos mais profundos desta mulher, inclusive, em relação à maternidade”, conta Salvatori. As máscaras, que também entram em cena, destituem os atores das suas idades e nacionalidades, mas não só, “as máscaras convidam o público a uma imersão mais ativa e presente no espetáculo”, conclui Bethon.
A peça é ainda marcada pela sua banda sonora, cujo autor é Adriano Salhab, autor também das máscaras, criadas com a orientação artística do Centro de Pesquisa da Máscara.
